segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Controlar a luz

Desde que comecei nisto da fotografia nocturna, já lá vão muitos anos, sempre me acompanhou uma velha lanterna que me habituei a usar de várias maneiras. Ao início, houve muita experimentação, demasiada luz ou muito directa. Depois vieram os testes com a cor, e os tempos de iluminação. Uma lanterna normal, das que se vendem nas lojas, não possui propriamente um controle de tempo de exposição. Tem um botão para ligar e desligar e mais nada! Aprendi ao longo do tempo a saber quando ligar e quando desligar, a que distância iluminar e para onde apontar, Se é directa, reflectida ou difusa. Hoje em dia, já não ligo muito a isso. Acontece tudo muito naturalmente. São raras as vezes em que não consigo iluminar como quero à primeira vez. Foi desde à muitos anos, é e será um acessório absolutamente indispensável nas minhas fotos.
Menir da Meada, Castelo de Vide

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Na praia.. há milhões de anos!

Quando comecei a fazer as imagens para o artigo que acabou por sair este mês na National Geographic Portugal ainda não fazia ideia do que me esperava, tanto a nível fotográfico como científico e mesmo a nível emocional.
São tantas as imagens que posso fazer que mesmo assim fico sempre com a sensação de que ainda não tenho a imagem que queria. Fotografa-se de manhã, de tarde, de noite e até de madrugada. Sob nevoeiro e mesmo sob chuva, com vento e frio, todas as condições são válidas para se obter uma imagem. A nível científico, ouvimos tanta coisa, lemos tanta coisa e perguntamos tanta coisa que o mais difícil é manter-mo-nos isentos, longe de qualquer opinião que possamos ter. Mas tudo isto tem um propósito: informar com rigor o que se passou, passa e irá passar. Visitei a pedreira do Cabeço da Ladeira muitas vezes e sempre fiquei fascinado com o que via. Influenciado pelo que se tem passado na costa de S. Pedro de Moel, onde os fósseis de amonites são sacados de qualquer maneira, confesso que receei a "subtracção" dos fósseis. No dia seguinte a ter fotografado este ouriço, voltei ao local e apenas estava lá o sítio, Pergunta aqui, email acolá e lá acabei de saber que o fóssil tinha sido retirado pelos técnicos do PNSAC e LNEG para preservação futura. Voltei a encontrá-lo mais tarde, agora no laboratório do Museu Nacional de Geologia, analisado ao mais ínfimo pormenor por mão hábeis e experientes.